Resenha: Cinzas na neve - Ruta Sepetys
”É preciso defender o que é certo sem esperar gratidão nem recompensa.” (p.16)
Cinzas na neve é um livro narrado em primeira pessoa por Lina, uma garota de 15 anos que mora na Lituânia e é filha do reitor da universidade. O país é ocupado pela União Soviética e sua família é deportada pois está na lista de pessoas consideradas antisoviéticas.
Lina, Elena (sua mãe) e Jonas (seu irmão) são expulsos de casa pela NKVD e exportados em um vagão junto com outras pessoas. Quando chegam em um campo em Altai, todos são obrigados a trabalhar em troca de um pão. A obra retrata a luta pela sobrevivência ao sentir fome, frio, sede e ao ter de enfrentar violência, humilhação e doenças.
A narrativa alterna de presente e passado. Não de forma solta ou jogada, ao contrário, é a partir de um acontecimento no presente que faz com que a personagem tenha uma lembrança do passado.
A narrativa é instigante, a cada página lida, sentia vontade de ler logo outra. Os capítulos são curtos e a apesar de ser uma história triste e difícil de digerir, a leitura flui facilmente.
Os personagens são muito cativantes. É uma história baseada em fatos reais. A autora viajou á Lituânia para realizar pesquisas, então muitos dos acontecimentos descritos no livro foram relatados por sobreviventes, experiências compartilhadas por pessoas que foram deportadas. No entanto, exceto pelo Dr. Samodurov, os personagens são fictícios.
”Minha professora de artes dizia que, se você respirasse fundo e imaginasse alguma coisa, era possível estar lá. Você podia ver e sentir essa coisa. Nas nossas noites em claro com a NKVD, aprendi a fazer isso. Durante aqueles períodos de silêncios, eu me agarrava a meus velhos sonhos. Era sob a mira de uma arma que eu abraçava todas as esperanças e me permitia desejar do fundo do coração. Komorov acreditava estar nos torturando. Mas fugíamos para uma imobilidade bem dentro de nós. Ali encontrávamos força.” (p.118-119)
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐+❤️
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